Possibilidade de vitória no primeiro turno deixa candidata com uma postura mais segura em comparação ao início da campanha
Um dia depois da divulgação da primeira pesquisa que aponta a possibilidade real de uma vitória no primeiro turno, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, repetiu o discurso de que pesquisa é um retrato do momento e ninguém pode subir no salto alto. Dilma, no entanto, discursou como presidente eleita e não escondeu o clima de euforia que tomou conta da campanha nos últimos dias.
“Tem um clima de esperança no nosso País que é inequívoco”, admitiu ela. Em um encontro com mulheres sindicalistas em São Paulo, Dilma falou como se já estivesse eleita. “Eu vou ser de fato a primeira presidente deste País”, disse a candidata logo no início do discurso.
Com uma postura bem mais segura do que nos eventos públicos do início da campanha, Dilma exibiu trejeitos que faziam lembrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a postura no palco e as citações diretas a pessoas da plateia, no caso a sambista Leci Brandão.
Num ato falho, Dilma disse que não pode errar porque do contrário vai demorar para uma mulher “voltar” à Presidência. “Eu não posso errar porque se eu errar uma mulher vai custar muito a voltar para a Presidência”, disse ela. Falando para mulheres, Dilma vestiu o figurino de mãe do povo. “Eu amo vocês. Vocês podem contar comigo”, declarou.
Na entrevista coletiva depois do encontro, Dilma negou que o otimismo esteja relacionado à pesquisa do Ibope que a coloca 11 pontos à frente do tucano José Serra. “Venho dizendo isso sistematicamente. É porque eu acredito e falo. Não tem a ver com pesquisa, não”, disse ela.
Dilma negou qualquer mudança na linha da campanha e voltou a minimizar o papel das pesquisas. “Vamos continuar tendo nossa estratégia de conversar com a população. Ninguém pode achar que já ganhou a eleição. Pesquisa não significa de jeito nenhum que a pessoa pode subir no salto alto e sair por aí. Eu estou preferindo a rasteirinha”.
A candidata, no entanto, não escondeu o otimismo. “Acredito que não sou eu, pessoa, não, mas o projeto que eu represento tem tudo para ser vitorioso. Este País está crescendo a 6,5%, 7%, criou 14 milhões de empregos, 24 milhões saíram da pobreza, 31 milhões passaram para a classe média”.
Segundo ela, a oposição pode usar qualquer discurso que isso não mudará nada. “Podem falar o que quiserem. O povo não é bobo. Olha a aprovação do governo anterior e olha o nosso. Podem fazer a teoria que quiserem, as pessoas sabem quando a vida melhorou”, disse ela.