segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Coreia do Norte realiza disparos de artilharia no Mar Amarelo Tiros foram registrados apenas meia hora após fim de exercícios militares da Coreia.


SEUL - A Coreia do Norte realizou uma centena de disparos de artilharia nas águas do Mar Amarelo, perto da fronteira com a Coreia do Sul, informou nesta segunda-feira, 9, a agência sul-coreana Yonhap.

Os disparos foram feitos por volta das 17h30 do horário local (5h30 em Brasília), apenas meia hora depois de a Marinha de Seul terminar os cinco dias de manobras militares na região.

Conforme a mesma agência, os disparos não ultrapassaram a linha de demarcação marítima que separa as duas Coreias no Mar Amarelo, conhecida como Linha do Limite do Norte (NLL), nem causaram danos.

Uma fonte militar citada pela agência local Yonhap confirmou que a Coreia do Norte realizou uma centena de disparos de artilharia em seu lado da disputada linha de fronteira, estabelecida no final da Guerra da Coreia em 1953 pelas tropas da Organização das Nações Unidas (ONU) lideradas pelos EUA.

Os disparos foram feitos imediatamente após a Coreia do Sul encerrar os cinco dias de manobras militares de grande escala nessa região. Tais manobras foram realizadas em resposta ao afundamento do Cheonan, navio de guerra sul-coreano, quando 46 marinheiros morreram.

Investigações sul-coreanas apontaram um torpedo norte-coreano como causa do naufrágio, mas o Norte chamou as conclusões de invenções e já havia ameaçado com "repostas militares" anteriormente. O regime comunista ainda pediu para realizar uma investigação própria sobre o ocorrido, o que foi rejeitado por Seul.

Os exercícios militares sul-coreanos foram centrados em operações antissubmarinas. Destas operações participaram 29 navios de guerra, 50 aviões de combate e 4,5 mil soldados procedentes do Exército, Marinha e Aeronáutica da Coreia do Sul. A Coreia do Norte tinha ameaçado com represálias "físicas" diante da realização das manobras, que definiu como "uma provocação militar deliberada".

O episódio do navio elevou a tensão entre as duas Coreias, tecnicamente em guerra desde 1950, quando começou a Guerra da Coreia. O conflito nunca foi formalmente encerrado e os dois lados permanecem apenas em trégua, embora haja atritos frequentemente.

Outra questão que gera impasse é o programa nuclear norte-coreano, considerado uma ameaça pelo sul. Pyongyang se recusa a retornar à mesa de negociações para abandonar os projetos atômicos e diz que só o fará se a Guerra da Coreia for encerrada formalmente.

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