quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Após nova pesquisa, Dilma adota discurso de eleita


Possibilidade de vitória no primeiro turno deixa candidata com uma postura mais segura em comparação ao início da campanha



Um dia depois da divulgação da primeira pesquisa que aponta a possibilidade real de uma vitória no primeiro turno, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, repetiu o discurso de que pesquisa é um retrato do momento e ninguém pode subir no salto alto. Dilma, no entanto, discursou como presidente eleita e não escondeu o clima de euforia que tomou conta da campanha nos últimos dias.

“Tem um clima de esperança no nosso País que é inequívoco”, admitiu ela. Em um encontro com mulheres sindicalistas em São Paulo, Dilma falou como se já estivesse eleita. “Eu vou ser de fato a primeira presidente deste País”, disse a candidata logo no início do discurso.

Com uma postura bem mais segura do que nos eventos públicos do início da campanha, Dilma exibiu trejeitos que faziam lembrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a postura no palco e as citações diretas a pessoas da plateia, no caso a sambista Leci Brandão.

Num ato falho, Dilma disse que não pode errar porque do contrário vai demorar para uma mulher “voltar” à Presidência. “Eu não posso errar porque se eu errar uma mulher vai custar muito a voltar para a Presidência”, disse ela. Falando para mulheres, Dilma vestiu o figurino de mãe do povo. “Eu amo vocês. Vocês podem contar comigo”, declarou.

Na entrevista coletiva depois do encontro, Dilma negou que o otimismo esteja relacionado à pesquisa do Ibope que a coloca 11 pontos à frente do tucano José Serra. “Venho dizendo isso sistematicamente. É porque eu acredito e falo. Não tem a ver com pesquisa, não”, disse ela.

Dilma negou qualquer mudança na linha da campanha e voltou a minimizar o papel das pesquisas. “Vamos continuar tendo nossa estratégia de conversar com a população. Ninguém pode achar que já ganhou a eleição. Pesquisa não significa de jeito nenhum que a pessoa pode subir no salto alto e sair por aí. Eu estou preferindo a rasteirinha”.

A candidata, no entanto, não escondeu o otimismo. “Acredito que não sou eu, pessoa, não, mas o projeto que eu represento tem tudo para ser vitorioso. Este País está crescendo a 6,5%, 7%, criou 14 milhões de empregos, 24 milhões saíram da pobreza, 31 milhões passaram para a classe média”.

Segundo ela, a oposição pode usar qualquer discurso que isso não mudará nada. “Podem falar o que quiserem. O povo não é bobo. Olha a aprovação do governo anterior e olha o nosso. Podem fazer a teoria que quiserem, as pessoas sabem quando a vida melhorou”, disse ela.

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