sexta-feira, 19 de março de 2010

Cientistas criam "oásis" de energia renovável no deserto

Um "oásis" de energia renovável que deve ser construído em 2010 pode vir a servir como campo de provas para novas tecnologias cuja função será criar formas mais ecológicas de viver no deserto.

O centro de pesquisa planejado é parte do "Sahara Forest Project"
– mas isso não significa que será construído na África ("Sahara" quer dizer deserto, em árabe).

Os especialistas estão agora examinando locais áridos na Austrália, Estados Unidos, Oriente Médio e África que possam receber a instalação piloto. "O Sahara Forest Project é uma abordagem holística para a criação de empregos locais, alimentos, água e energia, com o uso de soluções relativamente simples que imitam as formas de design e os princípios da natureza", disse Frederic Hauge, fundador e presidente da Bellona Foundation, uma organização sem fins lucrativos norueguesa.

Por exemplo, estufas especiais usariam o ar quente do deserto e água do mar para produzir água fresca para o cultivo de safras agrícolas, energia solar seria recolhida para gerar eletricidade e tanques de algas ofereceriam uma fonte renovável e facilmente transportável de combustível.
Além disso, plantar árvores perto dos complexos absorveria os gases atmosféricos causadores do efeito-estufa, como o dióxido de carbono, bem como restauraria a cobertura florestal perdida devido a secas e exploração madeireira.

As chamadas estufas de água marinha, por exemplo, são obras básicas e baratas, e isso faria delas peças fundamentais do projeto. O ar quente do deserto que ingressaria na estufa seria inicialmente resfriado e umificado pela água do mar. O ar úmido alimentaria safras dentro da estufa e depois passaria por um evaporador, dentro do qual fluiria água marinha aquecida pelo Sol. Quando o ar úmido, agora aquecido, encontra uma série de tubos contendo água marinha fria, água fresca se condensa na superfície externa dos tubos, de onde pode ser recolhida.

O processo imita um ciclo natural. A água marinha aquecida pelo Sol se evapora, forma nuvens e depois cai em forma de precipitação. Apenas 10% a 15% do ar úmido se condensa em forma de água fresca. O restante flui para na região em torno do complexo e alimenta árvores, de modo que "a estufa criará uma grande área que se tornará verde, em torno de si", de acordo com Hauge.

O centro também testará o uso de energia solar concentrada, com o emprego de espelhos para direcionar luz solar a canos de água e caldeiras. A luz concentrada cria vapor superaquecido dentro dos canos, e isso pode acionar turbinas convencionais a vapor, entre as quais turbinas geradoras de eletricidade. Qualquer porção da energia que não seja usada para acionar o complexo será enviada a comunidades locais.

Da mesma forma, o combustível feito de biomassa pelos reatores biofotográficos do centro seria fácil de exportar, disse Hauge. Os tanques cultivariam algas por meio de fotossíntese a céu aberto, em água rasa e salgada. Os óleos gordurosos das algas poderiam ser colhidos como fonte de biocombustível de alto teor energético.

Fonte: National Geographic

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